A subjetividade do poder
Compreender a alma humana é um privilégio para poucos.
Eu sempre fico assombrada com a dimensão misteriosa da alma.
Nos movemos sob seu influxo e por isso fazemos coisas impressionantes.
O olhar objetivo só pode ver luta pelo poder, vaidade, orgulho, vingança, inveja, ressentimento, mágoa...
Mas o olhar subjetivo observa apenas o mistério.
Duas almas disputando o poder é algo que impressiona. O que elas querem realmente?
Na verdade o desejo de poder é algo que pertence ao ego, mas, com certeza, é disparado pela alma. O ego interpreta como exercício de poder determinada experiência que a alma precisa viver. Espada em punho, ele segue desafiando o mundo e as pessoas, dispostos a vencer tudo e todos. Que experiência seria essa?
Do ponto de vista da subjetividade, eu diria que a alma quer ser ouvida por um ego que ainda não reconhece ou se recusa a reconhecer-lhe a dimensão superior. Então ele entra em desespero
e não estando preparado para aceitar sua incapacidade de render-se ao que lhe é superior, começa a impor a outro ego seus desejos, conceitos, idéias, buscando na rendição do outro a fuga da sua
da sua própria rendição.
De um ponto são dois egos lutando para fazer prevalecer sua vontade. De outro ponto são duas almas trabalhando para a rendição dos egos que construíram para representá-los no mundo.
Somente quando o ego se coloca a serviço da alma, não é mais necessária a disputa pelo poder.
Servindo ao que lhe é superior, compreende que sua grandeza está no sentido que a alma lhe oferece, e se percebe amado, respeitado.
Depois disso, embainha a sua espada e se entrega aos mecanismo sutis do divino em si, reconhecendo em todos os outros egos almas em luta para a construção de estruturas que manifestem sua verdadeira natureza que é apenas amor, paz e serviço.
Que a Luz nos esclareça